Esses contos especulam sobre um futuro onde engenharia genética e implantes são usados tanto para melhorar quanto para controlar a sociedade. Epidemias, poluição e guerras biológicas são parte da realidade. Ninguém está a salvo.
Estes contos especulam sobre o futuro do processo científico onde engenharia genética, memórias programáveis, implantes nanossintéticos e modificações no DNA melhoram a qualidade de vida humana. Ou ao menos, é isto que a propaganda nos diz. De um lado, o totalitarismo usa como uma forma de controle social e de outro, as empresas privadas utilizam como lucro. Poluição extrema, epidemias, guerras biológicas e mutações descontroladas são uma realidade. Ninguém está verdadeiramente a salvo nesta sociedade.
Talvez o subgênero mais subestimado de todos dentre as vertentes da Ficção Científica, o Biopunk desponta como uma promessa nos últimos tempos, servindo de base para os mais diversos estudos, sejam sociais ou intelectuais. E digo, com toda a certeza, que as suas características são muito certeiras no campo da ciência, especialmente no que diz respeito à biomedicina quando olhamos a Ficção Científica mais a fundo, pois o Biopunk trata-se da inovação da engenharia sintética. Hoje temos, por exemplo, pesquisas voltadas à edição de DNA capazes de eliminar até 89% das doenças genéticas para um futuro próximo.
A problemática de suas aplicações no dia a dia, no entanto, é antiga e aplicável a todos os demais subgêneros que você possa pensar: corrupção em busca de obtenção de lucro ou controle social. O Biopunk frequentemente explora temas de grupo de pessoas que enfrentam megacorporações ou governos totalitários e que muitas vezes são usados como bode expiatório em suas conspirações, além, é claro, de levantar um ponto interessante: guerra biológica e mutações genéticas são uma realidade.
É interessante observar que o Biopunk surge como propaganda de uma vida melhor: é normal nos depararmos com a promessa de que, ao expor o povo a experimentos que garantem o sucesso da raça humana, seja pelo arianismo velado ou por condições melhores de saúde, todos os problemas serão exterminados. Quando, na verdade, esse tipo de comportamento serve para garantir a soberania de uma pequena parcela da sociedade: geralmente governos corruptos.
Os contos que compõem esta antologia servem como um prato cheio para os amantes do gênero e também para quem ainda não está familiarizado com as nuances que a literatura de Biopunk pode proporcionar, principalmente pelo aspecto político e cultural que todas essas histórias são capazes de reproduzir. Cenários de distopia social, anseio pelo lucro de empresas privadas, totalitarismo e até mesmo as mais diversas formas de guerra são as bases que fazem deste livro o mais completo do gênero.
CLAYTON DE LA VIE
autor de O Último Ruivo.
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