O chapéu comprido de lã do velho
foi a primeira coisa a surgir atrás da duna no deserto de Basamortu. Mas
ninguém estava vendo o velho chegar montado no grande rinoceronte africano
geneticamente domesticado. Eles foram
até a entrada da grande tenda onde o mercador dormia o sono dos justos, cansado
que estava da visita de ninguém. O velho soldado desmontou com dificuldade do
grande animal e se dirigiu para a tenda onde buscava água e mantimentos, mas
principalmente água. Como não viu ninguém, pegou um odre e virou-o na garganta.
Fazia três dias que não bebia nada. A água lhe refrescou, e vendo um banquinho
de madeira, o velho se sentou. Olhou em volta e quis chamar alguém, mas a voz
lhe faltou. Uma rouquidão se esfregou em sua garganta e ele quis tossir, mas
não conseguiu. Tentou aspirar o ar, mas não conseguiu. Sentiu uma trava na
garganta, como se alguém lhe apertasse o pescoço com mãos de ferro invisíveis.
Tombou no chão quente da tenda e se debateu por algum tempo até expirar.
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