Participante 2

Um astronauta caminhando pela superfície desértica avermelhada de Marte
 

O silêncio absoluto é muito aterrador. Maria sentia aquele silêncio espesso como chumbo penetrar dentro de si como um fantasma, gelando seus ossos e petrificando sua alma. Ela olhava através do vidro da escotilha para a planície árida do planeta vermelho. Estava sozinha, finalmente. Das oito pessoas que chegaram até ali patrocinadas pelas melhores marcas do mercado, graças a um programa de televisão, ela assistira à morte de sete:
Participante 1: Eletrocussão.
Participante 3: Asfixia.
Participante 4: Carbonizada.
Participante 5: Hemorragias múltiplas.
Participante 6: Asfixia.
Participante 7: Asfixia.
Participante 8: Asfixia.
O som de seus estertores ainda soava em seu espírito. Eles foram treinados para resistir ao pânico, mas nenhum ser humano poderia ser preparado para o que viveram nesses meses no espaço e agora no isolamento total nesse planeta. Deus não queria isso, foi a conclusão que ela chegou. O vácuo separa os planetas por uma razão, é proibido visitar os planetas de Deus, apenas a Terra foi designada ao homem. Mas ela consertara isso. Não haveria mais interessados em um Big Brother Mars, se toda a missão houvesse perecido nas areias vermelhas de Marte.
Ela abriu a escotilha e penetrou na atmosfera rarefeita, sentiu os pulmões queimando, a missão estava cumprida, agora ia encontrar quem a enviou.


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