# REVOLUTION
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Homem de Ferro no traço de Moebius |
![ICQ Have an ICQ Day! - a flor símbolo do ICQ (trocadilho para I Seek You)](http://4.bp.blogspot.com/-8OEOmWAkLcs/UwoF93D7SEI/AAAAAAAABtY/efoMvlP2-xY/s16000/icq.jpg)
Uma revolução que criávamos em meio a uma série de especulações. O brasileiro vai ler mais, pois a internet é baseada em texto. A informação estará disponível a qualquer pessoa. O comércio será revolucionado. Poderá haver ondas maciças de desemprego no grande varejo. A cibercultura culminará com a criação de uma realidade virtual totalmente imersiva?
Naquela época não se cogitava de redes sociais. O grande fenômeno social era o AW, o Active Worlds, o avô do Second Life. Um mundo poligonal que pretendia emular a vida. Emulava a perda de tempo. Criou o sexo virtual, que era uma grande merda, pois sexo é sexo e ponto (não ponto com). O resto é tergiversar sobre o intangível, como em Barbarella, onde sexo é feito com pílulas. Não tínhamos ainda redes sociais, mas caminhávamos para isso. Havia o ICQ, o IRC e os BBS. Era o tempo das siglas, para tornar a coisa toda mais hermética.
Eu ouvia Revolution do The Cult e sonhava com as infinitas possibilidades do hipertextoe a criação de uma nova consciência com o conhecimento do mundo todo ao alcance de um clique, sem o controle das editoras e corporações definindo o que você deve saber ou não. Anarquia é ordem, já dizia Proudhon. Era a nova torre de Babel, erguida de bits e bytes, pixel por pixel.
Eu não fazia ideia que no final das contas chegaríamos a este ponto ― a internet é um sonho de putas: uma imensa rede mundial de classificados. Compre, venda e ganhe lobotomia grátis através de uma conta no Facebook. Não se preocupe com nada, nós pensamos por você, nós lhe diremos o que usar, do que gostar e do que odiar, quem são os mocinhos e os bandidos em todas as áreas. De vez em quando você vai acreditar que pode pensar por si só (#o gigante acordou), mas é tudo controlado, apenas uma distração com um propósito bem delineado. Muito melhor do que a coisa real. Eu estava lá, meninos, eu vi as corporações lentamente se inserindo nesse contexto virtual e garantindo que nós não pudéssemos ver mais do que o que fosse conveniente. Parafraseando Frank Herbert, controle é tudo, e quem controla a internet, controla o Universo.
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